quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Se a Ritalina não existisse, seria necessário inventá-la:

    A Ritalina, nome comercial do metilfenidato, foi lançada em 1956. Utilizado em larga escala nos Estados Unidos, esse remédio experimenta um aumento de consumo surpreendente no Brasil. O número de prescrições do medicamento, um estimulante para o tratamento do transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), mais que dobrou nos últimos dois anos. Caracterizada por quadros de agitação, impulsividade e dificuldade de concentração, a hiperatividade, nos últimos dez anos, ganhou maior atenção de médicos, psicólogos e pedagogos – principalmente porque se passou a creditar ao distúrbio boa parte dos casos de mau desempenho escolar. Dispor de um remédio como a Ritalina é um avanço inegável. Mas o "sossega leão" tem um lado perverso: o dos excessos.
    Só no ano de 2004, foram vendidos 1 milhão de caixas de Ritalina, fabricado pelo laboratório Novartis. A principal razão desse aumento é o fato de que o diagnóstico do distúrbio se tornou mais comum. Antes considerado um mal predominantemente infantil, a hiperatividade passou a ser detectada também em muitos adultos.
   A hiperatividade infantil costuma aparecer entre os 3 e os 5 anos. O distúrbio é três vezes mais comum em meninos. Pesquisas feitas nos Estados Unidos mostraram que até um terço dos garotos em idade escolar naquele país usa Ritalina, embora muitos deles não precisem. Um estudo recente da Universidade Estadual de Campinas revelou que, de um grupo de crianças diagnosticadas com hiperatividade, 23% não exibiam problemas de aprendizado. Ou seja, provavelmente estavam sendo tratadas de um distúrbio do qual não sofriam. Vários educadores acreditam que se rotulam muitas crianças de hiperativas só porque elas são bagunceiras. "É preciso tomar muito cuidado com a medicalização da educação", diz a psicanalista carioca Christiane Vilhena, especialista em desenvolvimento infantil.





O problema e as consequências:

    A Ritalina é usada, normalmente, por pessoas que sofrem de déficit de atenção. Ela melhora a concentração e diminui a ansiedade, e muitas vezes obtida na compra ilegal do remédio de fornecedores via internet ou mesmo do acesso através de amigos. Só em 2009, foram consumidos no Brasil quase 2 milhões de caixas de ritalina, tornando o país o segundo maior consumidor mundial de ritalina.
   Há uma aumento no número de pessoas que fazem uso de medicamento restritos de maneira indevida para "turbinar" o funcionamento do cérebro, isso ocorre quando as pessoas acabam lançando mão de qualquer coisa para conseguirem seus objetivos. Inclusive de remédios cujo esforço num primeiro momento parece ser mínimo.
Por exemplo a Ritalina (Metilfenidato) que é um medicamento ajuda a aumentar os níveis de concentração. A quantidade de pessoas sem problemas neurológicos ou psiquiátricos que procuram a droga para "turbinar" o cérebro é impressionante, principalmente aqueles que estão sob pressão, como estudantes universitários. Porém não há uma comprovação científica de que a ritalina realmente traga benefícios para quem não tem déficit de atenção. Eles alertam que usar esse remédio, que é controlado, para uma doença que não existe pode provocar até alucinações.  A ritalina como toda medicação “tarja preta”, está incluída dentro do conjunto de medicações fortes, que podem sim, ter efeitos colaterais graves; Seu udo indiscriminado e desnecessário tem de ser pensado pois como uma medicação forte, ela tem de ser usada sob indicação
     A realidade do universitário no que tange ter que estudar um volume maior de matéria e conseguir assimilar muito conteúdo em pouco tempo, pressionado em relação a provas, datas de provas, e a situação torna a via mais aceita recorrer a esse tipo de medicamento, ou seja, torna as drogas estimulantes um saída rápida, porém seu efeitos benéfico, se há, são efêmeros e podem trazer efeitos colaterais preocupantes, como no caso da ritalina que pode causar insônia, diminuir o apetite, alucinações, taquicardia e variações bruscas de humor, podendo levar o indivíduo à dependência de remédios para dormir e levar também à dependência física e psíquica
  Entender que organizar os estudos, levar a coisa a sério, ou mesmo o risco assumido ao se submeter tomando medicações controladas sem indicação médica, é com certeza o primeiro passo para não começar, ou se começou, repensar nos possíveis prejuízos que a dependência de drogas, legais ou ilegais, podem causar, pois o ser humano tem limites, e não pode extrapolar esses limites sem pagar um preço alto.

A Ritalina na mídia:

  Aqui vão duas reportagens sobre o uso abusivo do metilfenidato por pessoas que querem permanecerem estimuladas para os mais diversos fins. A primeira foi televisionada pelo jornal "Bom Dia Brasil" e a segunda pelo "Jornal Hoje", ambos da TV Globo.



Um pouco da Farmacologia da Ritalina:

    A RITALINA é um composto racêmico que consiste de uma mistura 1:1 de d-metilfenidato.
    O metilfenidato é um estimulante do sistema nervoso central, com efeitos mais evidentes sobre as atividades mentais do que nas ações motoras, acredita-se que seu efeito estimulante é devido a uma inibição da recaptação de dopamina no corpo estriado, sem disparar a liberação de dopamina.


TODO MEDICAMENTO DEVE SER MANTIDO FORA DO ALCANCE DAS CRIANÇAS.

    Se o paciente estiver tomando qualquer outro medicamento, o médico deve ser informado. RITALINA não deve ser usado para aliviar a fadiga normal. Os pacientes agitados, tensos ou ansiosos não devem ser tratados com RITALINA. Os pacientes portadores de glaucoma4 (aumento da pressão intra- ocular) ou de distúrbios cardíacos ou tireoidianos não devem tomar RITALINA. O produto não deve ser utilizado em crianças menores de 6 anos de idade. O abuso de RITALINA pode levar à tolerância acentuada e à dependência. Devem ser feitos exames de sangue5 periódicos durante os tratamentos prolongados.



                                  A Ritalina age no cérebro como cocaína

     Utilizando técnicas sofisticadas para estudar o cérebro humano, pesquisadores norte-americanos concluíram que a Ritalina, tomada por milhões de crianças no mundo inteiro, produz o mesmo efeito sobre o cérebro que a cocaína.
     Os estudos também mostraram que as crianças hiperativas que tomam Ritalina são mais propensas a se tornarem tóxico-dependentes do que aquelas que não tomam o medicamento. A Ritalina também pode alterar todo o perfil biodinâmico dos usuários e causar o mesmo efeito devastador que o uso prolongado de cocaína.

Fontes: Journal of Neuroscience, 2001, 21: RC121



Um novo modo de falar sobre o problema:

O ASSIST  (Alcohol, Smoking and Substance Involvement Screening Test) é um questionário de triagem breve para detectar pessoas que usam substâncias psicoativas. Ele foi desenvolvido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e por um grupo internacional de pesquisadores, sendo um método simples de triagem do uso nocivo ou de risco  de álcool, tabaco e drogas ilícitas. O ASSIST fornece informações sobre:
·         as substâncias que as pessoas usaram em sua vida;
·         as substâncias que as pessoas usaram nos últimos três meses;
·         problemas relacionados ao uso de substâncias;
·         risco atual ou futuro de problemas;
·         dependência;
·         uso de drogas injetáveis.

Dependendo da pontuação obtida pelo entrevistado, a pessoa que o fez poderá não sofrer nenhuma intervenção do entrevistador (pessoa capacitada e previamente treinada, mas que não necessita ser um médico), receber intervenção breve ou, em casos mais preocupantes, ser encaminhada para tratamento mais intensivo. Faça já o teste e observe como seria a sua pontuação, caso você fosse abordado por alguém e que fosse proposto à você tal teste:





Solução ao Problema:

Como já dito, este blog foi criado com o objetivo de promover a informação e iniciar o debate sobre as drogas estimulantes (aí se encaixa, além da Ritalina, a cafeína...). Certamente, a pessoa que faz uso abusivo dessas substâncias, principalmente, para “turbinar o cérebro”, seja para ir bem nos estudos, trabalhos ou, simplesmente, para ir à balada, necessita reconhecer que possui um problema, que pode, infelizmente, trazer graves males à própria saúde. Para isso, a busca por informações e a visita a um profissional da saúde, seria de grande ajuda para, ao menos, o problema ser discutido e, quem sabe, ser iniciado um tratamento. Há também a solução aparentemente mais complexa, que pode se tornar mais simples facilmente, pelo menos em se tratando dos estudos: a organização e a produção de um horário altamente pessoal, analisando todo o seu tempo livre durante o dia ou a semana, pode sim ajudar num melhor rendimento nos estudos, sem que a pessoa queira que o dia tenha mais de 24 horas, o que para isso, acaba utilizando de métodos não muito saudáveis para “se dar bem” nas constantes provas e trabalhos da vida universitária ou do estudo frenético da vida vestibulanda e que essas pessoas, que não possuem o TDAH, vejam que o “Admirável Mundo Novo”, pode muito bem existir sem, ou com menos, drogas estimulantes.